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Devocional 13/03/2015 |
Devocional retirada do livro Mananciais no Deserto
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Justos e verdadeiros são os teus caminhos
Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei das nações ! (Ap 15.3.)
O incidente que segue é relatado pela Sra. Spurgeon, uma mulher que conheceu o sofrimento por mais de vinte e cinco anos. “Ao fim de um dia escuro e tristonho, estava eu deitada em meu divã, enquanto a noite descia; e embora tudo estivesse claro em meu quarto gostoso, um pouco daquela escuridão lá de fora começou como que a entrar em minha alma e a obscurecer minha visão espiritual.
Em vão eu procurava ver a mão que eu bem sabia estar segurando a minha e guiando meus pés, calçados em névoas, ao longo da íngreme e escorregadia vereda do sofrimento.
Em tristeza, meu coração perguntou: “Por que será que meu Senhor trata assim a um filho Seu? Por que será que tantas vezes me envia esta dor tão aguda? Por que será que permite que esta fraqueza demorada impeça o serviço que eu tanto anelo prestar a seus pobres servos? “Estas perguntas ansiosas foram depressa respondidas, e por meio de uma linguagem muito estranha; nenhum intérprete foi necessário, além do consciente segredar do meu coração. ”
Por um instante reinou silêncio no pequeno aposento, inter-rompido apenas pelo estalar da acha de carvalho na lareira. De repente ouvi um som doce e suave, uma pequena e clara nota musical, como o leve trinar de um passarinho à minha janela.
“O que será? Por certo nenhum passarinho vai estar cantando lá fora nesta época do ano e a estas horas. “Novamente vem a fraca e lamentosa nota; tão doce, tão melo-diosa, e contudo bastante misteriosa para provocar admiração.
Minha amiga exclamou: “Ouça! Vem da acha de carvalho no fogo!’ O fogo estava deixando livre a música aprisionada no âmago do carvalho.
“Quem sabe se ele não tinha armazenado este canto nos dias em que tudo lhe ia bem, quando passarinhos saltitavam alegremente em seus ramos e o sol lhe dourava as tenras folhas. Mas ele tinha envelhecido, desde então, e tinha-se endurecido; anel após anel de crescimento lhe havia marcado de nós o tronco e selado a esquecida melodia, até que as chamas vieram consumir sua insensibilidade, e o ardor veemente do fogo arrancou dali um canto… ‘Ah’, pensei, ‘quando o fogo da aflição tira de nós hinos de louvor, então estamos de fato purificados, e o nosso Deus é glorificado!’.
“Quem sabe se algum de nós não está como esse velho carvalho — frio, duro, insensível; e não produziríamos sons melodiosos a não ser por meio do fogo, ardendo à nossa volta e libertando notas de confiança nele e de alegre assentimento à Sua vontade.
“Enquanto eu refletia, o fogo crepitava, e minha alma achou conforto na parábola tão estranhamente trazida ao meu coração. “Cânticos nas chamas! Sim, com a ajuda de Deus, e se essa for a única maneira de tirar harmonia destes corações duros e insensíveis, seja a fornalha aquecida sete vezes mais.”
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